Lésbicas sul-africanas são vítimas de estupro para que fiquem 'curadas'

sábado, 29 de janeiro de 2011
No ano passado, Millicent Gaika (foto), 30, apanhou e foi estuprada por cinco horas em seu apartamento por um conhecido para que ela ficasse curada da homossexualidade.

Disse o agressor: “Eu sei que você é lésbica. Você pensa que é homem, mas não é. Vou te mostrar que você é mulher. Vou fazer com que você fique grávida”.

A violência chamou a atenção de ongs de defesa dos direitos humanos e de entidades de gays e lésbicas de vários países.

A comunidade internacional de campanha on-line Avaaz (“Voz” em alguns idiomas), entre outras, está se mobilizando para cobrar do governo da África do Sul um combate efetivo a esse tipo de “corretivo”, porque o caso de Millicent não é isolado.

Em média, ocorrem por ano no país 520 estupros de “cura” de lésbicas. Estima-se que esse número seja maior, porque as vítimas, em sua maioria, não denunciam a violência à polícia. Não só por causa do constrangimento, mas também porque sabem que as autoridades, em muitos casos, acreditam que elas precisavam mesmo de um “tratamento”


Na África do Sul, o estupro é o terror de todas as mulheres, não só, portanto, das lésbicas. Um quarto da população feminina (o que inclui crianças e adolescentes) é vítima dessa violência.

A África do Sul é tida com a capital mundial do estupro.

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